Adeus chefe!!

23/02/2012 22:39

Ter liberdade de decisão, administrar o próprio horário, fazer o que gosta, ver um projeto crescer, trabalhar em casa, não ter chefe. Abrir uma empresa pode ser um sonho de toda a vida, uma neces-sidade ou um desejo de começar de novo. Em qualquer caso, uma experiência anterior como empregado é de grande valia. “Se você sabe o que quer e tem um projeto, o emprego pode ser uma fonte extraordinária de conhecimento para a nova carreira”, diz Fernando Dolabela, escritor e professor de empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, em Belo Horizonte. “Você aprende enquanto recebe um salário e sem precisar assumir os riscos; mas ainda está vivendo um sonho que não é o seu.”

Deixar para trás o registro em carteira e inscrever-se no CNPJ é, além de um caminho atraente, uma tendência histórica. O especialista em gestão empresarial Thomas Malone, autor de O Futuro do Trabalho, faz um diagnóstico rigoroso do cenário atual. Ele observa que parte das funções antes desempenhadas por grandes companhias agora está a cargo de microempresas que trabalham por empreitada. Essa nova economia se manifesta em tendências que devem se acentuar, como a terceirização, o trabalho remoto, os escritórios virtuais, as equipes transnacionais, o regime de freelance e as ocupações de meio período.

Exceto por circunstâncias imperiosas, como demissões inesperadas, há momentos na vida em que a vontade de ser dono do próprio nariz fala alto. O consultor Batista Gigliotti, da Fran Systems, de São Paulo, enumera os casos mais comuns. Em primeiro lugar vêm os homens entre 40 e 50 anos em situação de conforto material, provavelmente cansados do dia a dia numa grande empresa. Se forem casados, os filhos já devem estar “encaminhados”.

Outra condição recorrente, segundo Gigliotti, é de mulheres entre 30 e 40 anos que querem dedicar mais tempo aos filhos pequenos. Muitas adotam a solução de uma sociedade com alguém em um momento semelhante, para que possam conciliar horários. Um terceiro tipo de empreendedor por oportunidade e pós-assalariado é muito jovem, com perfil arrojado e alguma experiência, talvez ainda morando com os pais. Como ainda terão muito tempo pela frente caso fracassem, os jovens podem optar com mais facilidade por negócios de alto risco. O setor de serviços é especialmente atraente para empreendedores com menos de 30 anos, e costuma trazer retornos polpudos. O empre-endedor de meia-idade tem a seu favor conhecimento acumulado e maturidade. Na média, é a faixa que obtém mais sucesso. O aposentado tende a preferir uma rotina agradável às emoções dos negócios de alto risco. O varejo é o setor mais recomendado.